Cafeicultores comemoram alta nos preços, mas há risco de falta de mudas
O momento favorável à cafeicultura, com boa produtividade e mercado aquecido, o que se traduz em bons preços para os produtores, está provocando a falta de mudas de café no mercado. A procura é tão grande que os viveiristas não estão dispondo de mudas para atender aos produtores. Os pedidos precisam ser feitos com seis meses de antecedência, no mínimo.A situação pode complicar a vida dos cafeicultores que não se preocupam com o planejamento da atividade, avisa o coordenador do Programa Estadual de Cafeicultura, Romário Gava Ferrão. Sem planejar os novos plantios e a renovação de parte das lavouras, o produtor poderá ficar um longo período até conseguir as mudas, avisa.
Hoje, nas lavouras adensadas, são plantadas de 3 a 5 mil pés de café em área de um hectare, demandando maior número de mudas, explica Ferrão. Daí a necessidade de se planejar o plantio, seja em novas áreas, seja na renovação das lavouras.
"A formação de uma boa lavoura começa com mudas de qualidade", explica o coordenador. E para ter a garantia de que as mudas são de boa procedência, que não representam perigo para a lavoura que está sendo formada, o produtor precisa se certificar de que o viveiro e o viveirista possuem o registro no Ministério da Agricultura.
A movimentação dos cafeicultores para introduzir tecnologia em suas lavouras é justificada pela necessidade de mais café para atender ao mercado mundial, que registra crescimento de 2,5% ao ano. Com esse incremento, estima-se a necessidade de se produzir mais 30 milhões de sacas de café, nos próximos dez anos. E o país que tem melhores condições de ampliar a produção é o Brasil, explica Ferrão.
Há fila de espera para as mudasOs viveiros que produzem mudas de café no Espírito Santo estão com pedidos agendados para entrega em agosto do próximo ano. O cafeicultor que pretende ampliar os plantios ou renovar as lavouras precisa entrar na fila de espera, informa o presidente da Associação de Produtores de Sementes, Mudas e Plantas do Espírito Santo (Asplames), José Jânio Bizi.
Os viveiros registrados no Ministério da Agricultura produzem mais de 25 milhões de mudas de café por ano, movimentando cifra superior a R$ 11 milhões. Somado às mudas que são produzidas nas propriedades maiores e também nas cooperativas, o número deve ultrapassar a 60 milhões de mudas por ano.
O mercado, explica, está muito aquecido, e a procura por mudas de café cresceu muito, nos últimos três meses, principalmente das variedades de conilon. No Norte, a procura é pelas mudas clonais de conilon.
Já a procura por mudas de café arábica está aquecida há mais de seis meses, informa Bizi. Nesse período de grande demanda por mudas, o cuidado dos produtores deve ser redobrado, porque os viveiristas clandestinos também entram no mercado ofertando plantas de baixa qualidade, alerta o presidente da Asplames.
FONTE: Gazetaonline, <http://gazetaonline.globo.com/_conteudo/2011/11/noticias/a_gazeta/economia/1041022-cafe-vive-excelente-momento.html> , acessado em: 16/12/2011.